POPPER E OS PARADOXOS DA SOBERANIA: POR QUE NA POLÍTICA SEMPRE DEVEMOS ESTAR PREPARADOS AO MÁXIMO PARA O PIOR?

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 12 n. 32 (2020): Filosofia Política e do Direito • Revista Kínesis

Autor: Daniel Mota Vieira

Resumo:

O presente artigo tem por objetivo uma breve análise da alegação do filósofo Karl Popper (1902-1994) de que em relação à política sempre devemos estar preparados “ao máximo para o pior”. O autor mostra que organizar as instituições políticas de uma forma adequada a evitar que os governantes incompetentes ou malfeitores gerem demasiados estragos é um dever de toda a sociedade que preza pela liberdade. Essa abordagem revela-se profícua ao superar a ingênua noção de que a democracia é meramente o “governo da maioria”; apontando que esse regime é aquele que, sobretudo, é capaz de disponibilizar a todos os cidadãos meios democráticos ou pacíficos de controle governamental. Concluiremos, a partir disso, que a soberania é demasiadamente paradoxal e, por meio de um contraste epistêmico entre a visão liberal, abraçada por Popper, e planificadores centrais, veremos a ilimitação do poder como inconcebível.

Abstract:

This paper aims at a brief analysis of Karl Popper's (1902-1994) claim that in relation to politics we should always be prepared "to the maximum for the worst”. The author shows that organizing political institutions in a way that will prevent incompetent rulers or evildoers from generating too much damage is a duty of the whole society that values liberty. This approach is useful in overcoming the naive notion that democracy is only the "majority rule"; showing that this regime is one that, above all, is capable of making available to all citizens democratic or peaceful means of governmental control. We will conclude from this that sovereignty is too paradoxical and, through a contrast between the liberal view, embraced by Popper, and central planners, we will see the unlimited power as inconceivable.

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2020.v12n32.p113-127

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/10645

Palavras-Chave: Karl Popper, Política, Epistemologia, Soberania, Poder Político, Democracia

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