SOBRE A FUNÇÃO MEDIADORA DA TERCEIRA CRÍTICA NO CORPUS CRÍTICO DE KANT

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 12 n. 31 (2020) • Revista Kínesis

Autor: João Renato Amorim Feitosa

Resumo:

O presente artigo tem por objetivo principal analisar o papel mediador que a Crítica da Faculdade do Juízo cumpre em relação aos domínios teórico e prático da tarefa crítica de Kant. Os limites estabelecidos pela crítica ao domínio teórico da razão em relação à sua pretensão natural em se estender para além da experiência possível torna-se positivo quando aplicado ao domínio prático, de onde é possível inferir a existência de uma faculdade legisladora espontânea em relação à cadeia causal natural. Essa faculdade legisladora deve ser admitida como algo que está para além do conjunto dos fenômenos (natureza), pois do contrário, estaria sobre as mesmas regras causais que os determinam e não seria espontânea. No entanto, fica a pergunta acerca de como é possível que algo inerente ao âmbito suprassensível (numênico) possa interferir no âmbito sensível (fenomênico), como no caso da explicação da causalidade livre. Pretendemos apontar de maneira breve o modo como Kant vê numa crítica da faculdade do gosto a possibilidade de mediação entre aqueles dois âmbitos, de modo que possamos entender sua função auxiliar tanto para juízos teóricos como para juízos práticos.

Abstract:

The main objective of this article is to analyze the mediating role that the Critique of the Faculty of Judgment fulfills in relation to the theoretical and practical domains of the critical task of Kant. The limits established by the critique of the theoretical domain of reason in relation to its natural pretension to extend itself beyond the possible experience, becomes positive when applied to the practical domain, from which it is possible to infer the existence of a spontaneous legislative faculty in relation to the natural causal chain. This legislative faculty must be admitted as something that is beyond the set of phenomena (nature), otherwise it would be on the same causal rules that determine them and would not be spontaneous. However, the question remains about how it is possible that something inherent in the supensensible (numenian) scope can interfere in the sensitive (phenomenal) realm, as in the case of the explanation of free causality. We intend to briefly point out how Kant sees in a critique of the faculty of taste the possibility of mediation between the two scopes, so that we can understand its auxiliary function both for theoretical judgments and for practical judgments.

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2020.v12n31.p312-338

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/10630

Palavras-Chave: Kant, Crítica, Estética, Teleologia, Juízos

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