UMA RESPOSTA INCOMPATIBILISTA AO PROBLEMA DO DETERMINISMO E DA RESPONSABILIDADE MORAL

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 11 n. 28 (2019) • Revista Kínesis

Autor: Patricia Fachin

Resumo:

Tradicionalmente, a atribuição da responsabilidade moral depende de um compromisso com a existência do livre arbítrio, entendido de maneira bastante geral como “poder agir de outro modo”. No entanto, desde a publicação de Alternate Possibilities e Moral Responsibility por Harry G. Frankfurt em 1969, tal tese tem sido questionada e alguns filósofos argumentam que é possível atribuir responsabilidade moral mesmo se o determinismo for verdadeiro. A fim de responder a essa tentativa de conciliar a responsabilidade moral com o determinismo, Peter van Inwagen argumenta que o Princípio da Prevenção Possível - PPP demonstra que a existência da responsabilidade moral depende de um compromisso com uma tese metafísica do livre arbítrio. Assim, este artigo tem dois objetivos: por um lado, expor as posições compatibilistas e incompatibilistas sobre responsabilidade moral e determinismo defendidas por Frankfurt e van Inwagen e, por outro lado, apresentar a razão pela qual o não compromisso com uma noção metafísica de o livre arbítrio cria um problema ético. Assim, o artigo será dividido em quatro partes: na primeira parte, farei uma breve reconstrução do problema do compatibilismo entre livre-arbítrio e determinismo, do qual o problema da compatibilidade entre responsabilidade moral e determinismo é um subproblema; na segunda, apresentarei o argumento de Frankfurt, que deu origem à compatibilidade entre responsabilidade moral e determinismo; na terceira, vou expor o Princípio da Prevenção Possível - PPP formulado por Peter van Inwagen, como uma resposta incompatível à tese de Frankfurt; e, finalmente, justificarei porque o não compromisso com uma tese metafísica do livre-arbítrio tem implicações éticas.

Abstract:

Traditionally, the attribution of moral responsibility depended on a commitment to the existence of free will, understood in a rather general way as the "capacity to act otherwise". However, since the publication of Alternate Possibilities and Moral Responsibility by Harry G. Frankfurt in 1969, such a thesis has been called into question, and some philosophers have argued that it is possible to attribute moral responsibility even if determinism is true. In order to respond to this attempt to reconcile moral responsibility with determinism, Peter van Inwagen argues that the Principle of Possible Prevention – PPP demonstrates that the existence of moral responsibility depends on a commitment to a metaphysical thesis of free will. Hence, this article has two objectives: on the one hand, to expose the compatibilist and incompatibilist positions on moral responsibility and determinism defended by Frankfurt and van Inwagen and, on the other hand, to present a reason why the non commitment with a metaphysical notion of free will creates an ethical problem. Hence, the article is divided in four parts: in the first, I will make a brief reconstruction of the problem of the compatibilism between free will and determinism, of which the problem of the compatibility between moral responsibility and determinism is a subproblem; in the second, I will present Frankfurt's argument, which gave rise to the compatibility between moral responsibility and determinism; in the third, I will present the Principle of Possible Prevention (PPP) formulated by Peter van Inwagen, as an incompatibilist reply to Frankfurt's thesis;, finally, I will justify why the non-commitment to a metaphysical thesis of free will has ethical implications.

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2019.v11.n28.16.p242

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/9144

Palavras-Chave: Responsabilidade Moral, Livre-arbítrio, Determinismo, Van Inwagen, Frankfurt

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