DA POESIA À FILOSOFIA: UMA CONTRIBUIÇÃO ATRAVÉS DA NOÇÃO DE JOGO EM HEIDEGGER E HUIZING

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 11 n. 27 (2019): Edição Especial - Hermenêutica e Literatura • Revista Kínesis

Autor: José Fernando Schuck

Resumo:

No pensamento contemporâneo, a partir do final da década de 1920, a noção de jogo transformou-se em importante dispositivo condutor de interpretações filosóficas, antropológicas e sociológicas. Em alguns autores o jogo surge como modelo estrutural da filosofia e de outras expressões culturais, enquanto Heidegger apresenta o jogo em um sentido mais originário ao identificá-lo como espécie de disposição (Stimmung) que insere e move o humano em direção de mundo. No que concerne a esta temática, dois nomes se destacam: Johan Huizinga e Martin Heidegger. Em Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura (1938), Huizinga conseguiu demonstrar a importância desse elemento onde ninguém soube reconhecer a sua presença ou influência, colocando também em evidência a relação “ontogenética” existente entre “jogo poético” e “jogo filosófico”. Pouco divulgado ainda é o fato de que anos antes, Heidegger, através de preleções ministradas entre 1928 e 1929, teceu importantes e influentes considerações sobre o jogo ao tentar estruturar o que seria uma metafísica do Dasein, perspectiva que toma a filosofia e o filosofar como acontecimento fundamental do ser-aí, o qual, por sua livre transcendência, tenderia à metafísica. O presente artigo expõe sinteticamente as noções de jogo em Heidegger e Huizinga visando preparar caminho para uma reflexão metafilosófica que toma o jogo como elemento originário da poesia e filosofia.

Abstract:

In contemporary thinking, from the end of the 1920s, the notion of play became an important driver of philosophical, anthropological and sociological interpretations. In some authors the play appears as a structural model of philosophy and other cultural expressions, whereas Heidegger presents the play in a more original sense by identifying it as a sort of disposition (Stimmung) that inserts and moves the human towards the world. As far as this subject is concerned, two names stand out: Johan Huizinga and Martin Heidegger. In Homo Ludens: play as an element of culture (1938), Huizinga was able to demonstrate the importance of this element where no one knew how to recognize its presence or influence, as well as highlighting the "ontogenetic" relationship between the "poetic game" and the "philosophical game". Heidegger, through lectures given between 1928 and 1929, has made important and influential considerations about the play in trying to structure what would be a metaphysics of Dasein, a perspective that takes philosophy as fundamental event of Dasein, which, by its free transcendence, would tend to metaphysics. The present article summarizes the notions of game in Heidegger and Huizinga in order to prepare the way for a metaphilosophical reflection that takes the game as an original element of poetry and philosophy.

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2019.v11.n27.06.p60

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/8921

Palavras-Chave: Jogo, Jogo poético, Jogo filosófico, Disposição (Stimmung)

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