SOBRE O MODO DE PROCEDER À INVESTIGAÇÃO DOS SERES VIVOS EM ARISTÓTELES

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 10 n. 25 (2018) • Revista Kínesis

Autor: Rodrigo Romão de Carvalho

Resumo:

Com este artigo, pretendo mostrar que, no tocante à questão do procedimento de análise do vivente, Aristóteles estipula, a princípio, duas regras gerais, as quais se apresentam como pressupostos à investigação adequada sobre os seres vivos. A primeira estabelece que, por um lado, é correto enunciar o gênero dos animais, visto que, com isto, evitam-se repetições desnecessárias de atributos comuns a várias espécies de animais, e, também, permite que seja agrupada e comparada uma quantidade variada de dados a serem posteriormente explicados através das causas. Por outro lado, é igualmente correto enunciar os atributos particulares de cada espécie, pois isto permite a explicação das características próprias dos indivíduos pertencentes à determinada classe de organismos. A segunda regra, por sua vez, estabelece que o investigador deve proceder à análise do vivente de modo a, primeiramente, coligir um registro de fatos para serem, posteriormente, submetidos a uma explicação causal. No que se refere à explicação causal, acrescentar-se-ia uma terceira regra, a qual determina que a primazia explanatória, no exame do orgânico, deve ser concedida às causas finais, associadas à forma, em detrimento das causas eficientes, associadas à matéria.

Abstract:

With this paper, I intend to show that, concerning the issue of the procedure of analysis of the living being, Aristotle stipulates, in principle, two general rules, which are presented as presuppositions to the proper investigation on living beings. The first establishes that, on the one hand, it is correct to state the genus of the animals, since, with this, the repetitions of variables common to several animal species are avoided, and it allows the grouping and comparison of a variety quantity of data to be explained later through the causes. On the other hand, it is equally correct to state the particular attributes of each species, since this allows the explanation of the characteristics of individuals belonging to that species. The second rule, in turn, establishes that the investigator must proceed to the analysis of the living being in order, first, to collect the facts to be, later, submitted to a causal explanation. Concerning causal explanation of organic life, a third rule should be added which states the explanatory primacy of the final cause, related to form, over efficient causes, related to matter.

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2018.v10.n25.16.p246

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/8605

Palavras-Chave: Método investigativo, Organismos vivos, Teleologia, Necessidade natural, Aristóteles

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