A INTERPRETAÇÃO KANTIANA DO FINALISMO EM SPINOZA NA TERCEIRA CRÍTICA

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 10 n. 22 (2018) • Revista Kínesis

Autor: Carlos Wagner Benevides Gomes

Resumo:

Segundo Spinoza (1632-1677), não existe finalismo na natureza, pois seria uma ignorância atribuir intencionalidade à realidade que, segundo sua ontologia, é uma substância (Deus). Por sua vez, Kant (1724-1804) considerou o juízo teleológico como a possibilidade de refletirmos uma finalidade na natureza, não como um fim terminal ou em si mesmo a partir de um Deus criador, mas através do homem, que tem a faculdade de julgar compreendendo as relações das partes com o todo. O objetivo deste artigo é apresentar uma análise crítica de Kant à ontologia de Spinoza no que se refere ao problema do finalismo. Ou seja, a partir da leitura de algumas passagens da Segunda Parte (Crítica da Faculdade de Juízo Teleológica) da Crítica da Faculdade do Juízo, explicitar a crítica kantiana à crítica ao finalismo em Spinoza desenvolvida na Parte I de sua Ética. Conclui-se que, a interpretação crítica de Kant (partindo do pressuposto do juízo teleológico) à ontologia antifinalista de Spinoza considerou alguns paradoxos, como o panteísmo e o fatalismo decorrentes da substância divina e a falta de uma explicação acerca do sistema de conformidade a fins na natureza, marcado por um idealismo que negava qualquer tipo de intencionalidade ou fim da natureza.

Abstract:

According to Spinoza (1632-1677), there is no finalism in nature, for it would be an ignorance to attribute intentionality to reality which, according to its ontology, is a substance (God). In turn, Kant (1724-1804) considered teleological judgment as the possibility of reflecting a finality in nature, not as a terminal end or in itself from a creator God, but through man, who has the faculty of to judge by understanding the relations of the parts to the whole. The objective of this article is to present a Kant’s critical analysis to the Spinoza’s ontology with regard to the problem of finalism. That is, from the reading of some passages of Part Two (Critique of the Faculty of Teleological Judgment) of the Critique of the Faculty of Judgment, to explain Kant's critique of Spinoza's finalism in Part I of his Ethics. We conclude that Kant's critical interpretation of Spinoza's antifinalist ontology considered some paradoxes, such as pantheism and fatalism arising from the divine substance, and the lack of an explanation of the system of conformity to ends in nature, marked by an idealism that denied any kind of intentionality or end of nature.

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2018.v10n22.06.p24

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/8057

Palavras-Chave: Kant. Spinoza. Teleologia. Ontologia

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