CONSCIÊNCIA E INCONSCIENTE EM MATÉRIA E MEMÓRIA: BERGSON PARA ALÉM DO CAMPO DAS REPRESENTAÇÕES

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 9 n. 20 (2017) • Revista Kínesis

Autor: Rafael Pellegrino

Resumo:

O problema a respeito do que está para além do campo da vivência consciente pode parecer assunto de menor importância no interior da filosofia de Henri Bergson pela magnitude que esta oferece a temas como os da consciência, do corpo e da ação. Conceitos que são, tanto em seu alcance metafísico e ontológico quanto no seu sentido epistemológico, algumas das mais notáveis características do bergsonismo e, assim, alguns dos principais focos dos estudos sobre ele. Ao leitor que se pauta nesta perspectiva pode parecer um tanto inusitado que o tema do inconsciente surja em Matéria e Memória, com especial relevo em seu terceiro capítulo, que trata de formular o que Bergson mesmo chama de uma psicologia ainda por fazer. A questão, neste ponto do capítulo, seria responder a aparente desaparição das imagens na memória; problema que Bergson busca resolver a partir do papel pragmático do corpo, mais precisamente, do sistema nervoso. As imagens do passado viriam, deste modo, à representação na lembrança em função da atenção que o sistema nervoso lhe lança; uma atenção que, pelos motivos fundamentais da necessidade de manter-se vivo, estaria em função da ação, dos interesses práticos do momento. Haveria então, neste sentido, um momento inconsciente da psique para Bergson, dado que nem toda vivência passada cumpriria um papel nos interesses pragmáticos da atenção. Nosso trabalho tem por objetivo percorrer alguns pontos de Matéria e memória para precisar o sentido que uma noção de inconsciente teria no contexto dessa obra e seu papel na definição bergsoniana de consciência.

Abstract:

The problem of what is beyond the conscious experience can sound, perhaps, not sufficiently relevant in Henri Bergson's philosophy by the magnitude that it offers to themes like the consciousness, body and action. Concepts that are, in your metaphysical and ontological range as well as in your epistemological sense, some of the most notable characteristics of bergsonism, and thus some of principal focuses in studies on it. To the reader who is based on this perspective, it may seem unusual that the theme of unconscious appears in Matter and memory, with special relief in its third chapter where Bergson formulates what he calls a psychology that is yet to do. The question at this point in the chapter is how to explain the apparent desappearance of images in memory. Problem that Bergson try to solve by the pragmatic role of the body, more precisaly, of the central nervous system. The images of the past would thus come to the representation as a function of the attention that the nervous system performs. An attention that be in function of the vital necessities of life and thus in function of the action and the practical interests. There is, in this sense, an unconscious moment of the psyche in Bergson's conception of consciousness since not every past experience play a role in the pragmatic interests of attention. The objective of this work is read some excerps from Matter and memory to precise the meaning of the notion of unconscious in its context as well as the role of this notion in the bergsonian definition of consciousness.

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2017.v9n20.16.p252

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/7737

Palavras-Chave: Consciência. Corpo. Memória. Percepção. Inconsciente.

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