TUGENDHAT E A FUNDAMENTAÇÃO ANTROPOLÓGICA DA SEMÂNTICA FORMAL

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 5 n. 09 (2013): Edição Especial • Revista Kínesis

Autor: Rogério Vaz Trapp

Resumo:

O artigo objetiva demonstrar que a Semântica formal, enquanto campo de articulação entre Lógica e Ontologia, exige sua fundamentação em uma Antropologia. Para isso, será necessário demonstrar que Tugendhat conduz a Semântica formal ao modo de fundamentação da Fenomenologia de Heidegger, por meio dos estados-de-ânimo. Para tanto, partiremos da distinção entre fundamento relativo e absoluto, introduzida nos primeiros capítulos das Lições Introdutórias à Filosofia Analítica da Linguagem, com a finalidade de demonstrar que a dimensão semântica da filosofia de Tugendhat somente pode fundamentar relativamente seu conceito de Filosofia. Pelo contrário, a dimensão fenomenológica, enquanto oferece uma motivação para a atividade de filosofar, pode fornecer também o ponto de apoio para uma fundamentação absoluta deste conceito. Com isto, entretanto, o que Tugendhat parece não ter percebido é que, por meio desse movimento, ele inverte a relação de implicação entre ambos os métodos, de tal modo a tornar o método fenomenológico fundamento do método analítico. Assim, sendo absoluta, devemos considerar a dimensão motivadora, no caso os estados-deânimo, fundamento da fenomenologia de Ser e Tempo, como originária frente à dimensão relativa oferecida pela Semântica formal. Será com base nesta relação, portanto, que tomaremos a circularidade entre o fundamento nos estados-de-ânimo e o fundamento nas regras semânticoformais para enunciados assertóricos com a finalidade de demonstrar que o campo de articulação entre Lógica e Ontologia exige sua fundamentação em uma Antropologia.

Abstract:

This article aims at demonstrating that formal Semantics, as an articulation field between Logic and Ontology, demands its groundings to be based on an Anthropology. For doing so, it will be necessary to demonstrate that Tugendhat conduces the formal Semantics according to the groundings of Heidegger’s Phenomenology, i.e., by state-of-mind. So we will start off from the distinction between relative and absolute groundings, introduced at the first chapters of Introductory Lessons to the Analytical Philosophy of Language, with the objective of showing that the semantic dimension of Tugendhat’s Philosophy can only relatively grounds his concept of Philosophy. On the other hand, the phenomenological dimension, for itoffers a motivation for the activity of philosophizing, can also provide a foothold for an absolute grounding of such concept. So, however, what Tugendhat seems to have missed is that, by doing so, he inverts the relation of implication between both methods in such a way that the groundings of the phenomenological method become the groundings of the analytical method. Thus, for being absolute, we must consider the motivational dimension, in the case of state-of-mind, groundings of the phenomenology of Being and Time, as original against the relative dimension offered by formal Semantics. Hence, it will be based on this relation that we will take the circularity between the groundings of the state-of-mind and the groundings on the rules of formal Semantics for the assertoric enunciations aiming at showing that the articulation field between Logic and Ontology demands its groundings to be based on an Anthropology.

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2013.v5n09.4521

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/4521

Palavras-Chave: Semântica formal, Fenomenologia, Ontologia, Lógica, Antropologia

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