MUNDO DA VIDA E INTERSUBJETIVIDADE LINGUÍSTICA À LUZ DA TEORIA EVOLUTIVA DE HABERMAS

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 3 n. 05 (2011) • Revista Kínesis

Autor: Anatoli Konstantin Gradiski

Resumo:

Com o conceito de intersubjetividade linguistica Habermas busca compreender como a interação entre os vários sujeitos num discurso os fazem pertencer a um espaço de vivência e de experiências compartilhadas, o que para ele constitui o mundo da vida não apreendido pelas ciências positivas e nem colonizado pelosistema. Paralelo à sua crítica à apreensão positivista do conceito de mundo da vida, ele apresenta uma reconstrução evolutiva da racionalidade, cuja base está na epistemologia genética de Piaget e na teoria do desenvolvimento do juízo moral de Kohlberg, e que concebe o entendimento intersubjetivo como resultado da aprendizagem no processo cognitivo de aquisição de competências operatórias, no qual se dá o desenvolvimento das relações interativas. Tanto numa interpretação filogenética quanto na análise da evolução ontogenética da consciência moral, Habermas constata o mesmo processo que, passo a passo, segue em direção ao estabelecimento de princípios universalistas para a regulamentação de conflitos que obstam o entendimento intersubjetivo das comunidades lingüísticas – e isso tanto no âmbito do mundo da vida cotidiano quanto no âmbito da produção formal do conhecimento. Ora, metodologicamente, aqui estamos diante de uma perspectiva evolucionista da própria razão. O que cabe é questionar se tal perspectiva não pode servir de pano de fundo a uma filosofia da história. Se sim, como então compreender essa nova racionalidade diante da história visto que, segundo a própria crítica de Habermas, a filosofia da história é aliada secreta do positivismo, e, em decorrência, por ceder ao objetivismo cientificista anula o sujeito cognoscente da própria constituição das estruturas sociais?

Abstract:

With the concept of linguistic intersubjectivity Habermas seeks to understand how the interaction between the various actors in a speech makes them belong to space of the shared experiences, which for him represents the world of life does not seized by positive sciences and not colonized by the system . In parallel with the his critique of the positivist apprehension of the concept of the world of life, he presents a evolutionary reconstruction of rationality, whose base is in the genetic epistemology of Piaget and in the development theory of the moral judgments Kohlberg's , and that conceives the intersubjective understanding as a result of learning in the cognitive process of acquiring skills operative, in which development takes in interactive relations. Both a phylogenetic interpretation as analysis of ontogenetic evolution of moral consciousness, Habermas notes the same process that, step by step, goes towards the establishment of universal principles for the regulation of conflicts that interrupts the intersubjective understanding of linguistics communities - and this both within of the world of everyday life as the formal production of knowledge. However, methodologically, here we are faced with an evolutionary perspective of reason itself. What it is questionable whether such a perspective can not serve as the backgroud the an philosophy of history. If yes, how then to understand this new rationality in the face of history which according to his own critique of Habermas the philosophy of history is secret ally of positivismand, consequently, by yield to scientific objectivism nullifies the actor knowledge of the constitution of social structures?

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2011.v3n05.4394

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/4394

Palavras-Chave: Intersubjetividade lingüística, Mundo da vida, Consciência moral, Teoria evolutiva, Filosofia da história

Revista Kínesis

Foco e Escopo

A Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia é uma revista eletrônica acadêmica na área de Filosofia que tem por missão publicar e divulgar pesquisas de pós-graduandos e pós-graduados a partir de um criterioso processo de avaliação.

Surgiu em 2009 da iniciativa conjunta dos pós-graduandos em Filosofia do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Marília-SP.

A Revista atende exclusivamente a demanda de pesquisa e publicação de pós-graduandos e pós-graduados na área de Filosofia e suas articulações com as demais áreas do conhecimento (ciências, literatura, artes, etc); não publica trabalhos de graduandos e graduados.

Apoio Institucional

Tem apoio do Programa de Pós-Graduação em Filosofia e do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Marília-SP.

Avaliação Qualis CAPES

Na última avaliação trienal da CAPES (Quadriênio 2013-2016), a Kínesis foi avaliada com Qualis B2 em Filosofia.

Periodicidade e Fluxo de Submissão

A Kínesis publica seus números semestralmente e recebe trabalhos em fluxo contínuo, com exceção de números especiais ou dossiês que dependem de chamadas com datas específicas. Cada número terá no máximo 20 artigos. Em situações de grande número de trabalhos aprovados serão publicados os textos com data de submissão mais antiga e os demais textos serão publicados em números especiais; neste caso os autores serão comunicados. 

Submissões: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/about/submissions