LIBERDADE E DETERMINAÇÃO NA FILOSOFIA SARTRIANA

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 2 n. 03 (2010) • Revista Kínesis

Autor: Thana Mara de Souza

Resumo:

A literatura crítica costuma dividir a filosofia de Sartre em duas fases: a primeira, de O ser e o nada (1943), teria uma liberdade definida abstratamente e o homem descrito de modo solipsista; enquanto a segunda fase, de Crítica da Razão Dialética (1960), teria uma liberdade pensada historicamente e o homem descrito em meio a grupos sociais.Neste artigo pretendo mostrar, contrariando a tese de ruptura entre esses dois momentos (embora admitindo que há diferença de ênfase entre eles), que na dita “primeira fase”1 a liberdade não deve ser pensada como abstrata e sem relações com a história, mas que mesmo aqui a historicidade é considerada como fundamental. Para isso, analisarei o livro principal da chamada “primeira fase” a fim de mostrar que definir a liberdade como absoluta, o que é feito em O ser e o nada, não significa, em Sartre, defini-la como abstrata, mas sim pensá-la como necessária em toda ação e em toda fuga humana, em todo exercício de libertação e em todo exercício de opressão – e se essa noção exclui a possibilidade de uma determinação total, isso não implica desconsiderar a concretude de nossas vivências.

Abstract:

The critical literature use to divide Sartre's philosophy in two phases: the first one, of Being and Nothingness (1943), would have a liberty defined abstractly and a man described as solipsist; while the secondone, of Critique of Dialectical Reason (1960), would have a liberty historically thoughtand a man described among social groups. In this article I intend to show, going against the thesis of rupture between this two moments (even thought thinking that there is a difference of emphasis between them), that in the “first phase” the liberty should notbe thoughtas abstraction and without relations with the history, but even here the historicityis considered as fundamental. For that, I will analyze the main book of the “first phase” to show that to define the liberty as absolute, as we can see in Being and Nothingness, doesn't mean, in Sartre's philosophy, to define her as abstract, but to think her as necessary in every action and every humanelopement, in every exercise of libertyand in every exercise of oppressionand if this notion exclude the possibility of a total determination, this doesn't implicate disregard the specificallyof ours existences.

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2010.v2n03.4331

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/4331

Palavras-Chave: Sartre, Liberdade, Determinação

Revista Kínesis

Foco e Escopo

A Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia é uma revista eletrônica acadêmica na área de Filosofia que tem por missão publicar e divulgar pesquisas de pós-graduandos e pós-graduados a partir de um criterioso processo de avaliação.

Surgiu em 2009 da iniciativa conjunta dos pós-graduandos em Filosofia do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Marília-SP.

A Revista atende exclusivamente a demanda de pesquisa e publicação de pós-graduandos e pós-graduados na área de Filosofia e suas articulações com as demais áreas do conhecimento (ciências, literatura, artes, etc); não publica trabalhos de graduandos e graduados.

Apoio Institucional

Tem apoio do Programa de Pós-Graduação em Filosofia e do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Marília-SP.

Avaliação Qualis CAPES

Na última avaliação trienal da CAPES (Quadriênio 2013-2016), a Kínesis foi avaliada com Qualis B2 em Filosofia.

Periodicidade e Fluxo de Submissão

A Kínesis publica seus números semestralmente e recebe trabalhos em fluxo contínuo, com exceção de números especiais ou dossiês que dependem de chamadas com datas específicas. Cada número terá no máximo 20 artigos. Em situações de grande número de trabalhos aprovados serão publicados os textos com data de submissão mais antiga e os demais textos serão publicados em números especiais; neste caso os autores serão comunicados. 

Submissões: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/about/submissions