OS CAMINHOS DA DEMOCRACIA EM NIETZSCHE E SPINOZA: CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v.14 n. 36 (2022) • Revista Kínesis

Autor: Luciano Olavo da Silva

Resumo:

O presente artigo consiste em uma investigação acerca de como Nietzsche e Spinoza, partindo de bases filosóficas muito próximas, construíram abordagens profundamente divergentes sobre a democracia e suas implicações para a sociedade moderna. Serão apresentados os fundamentos que gradualmente distanciaram os pensadores no que tange à democracia. Da filosofia spinoziana destacar-se-á a trilha teórica que levou o filósofo a ver na democracia um arranjo político em harmonia com a razão, a natureza humana e a liberdade. Da filosofia nietzscheana será trazido à lume a abordagem que considera a democracia não uma obra espontânea da razão, mas a transposição para a política do conjunto de valores e ressentimentos cristãos, considerados por Nietzsche como altamente lesivos à cultura e à liberdade, já que propensos a impedir a realização da potência individual, a degenerar os fortes e a conservar na sociedade, com o artifício da inversão de valores, tudo que já está maduro para ser extinto. O objetivo é que, ao final, tomando-se em perspectiva os argumentos apresentados, seja possível vislumbrar os fundamentos das posições antípodas ocupadas pela democracia no pensamento desses dois filósofos, de modo que o leitor consiga avaliar, segundo os próprios critérios, o quanto esses fundamentos são consentâneos com a história da democracia e úteis para a compreensão contemporânea do regime político democrático.

Abstract:

The present article consists in an investigation about how Nietzsche and Spinoza, starting from very close philosophical bases, built profoundly divergent approaches to democracy and its implications for modern society. The fundamentals that gradually distanced thinkers regarding democracy will be presented. From spinozian philosophy, the theoretical path that led the philosopher to see in democracy a political arrangement in harmony with reason, human nature and freedom will be highlighted. From nietzschean philosophy, will be brought to light, the theory which considers democracy not a spontaneous work of reason, but the transposition into politics of the set of Christian values and resentments, considered by Nietzsche as highly damaging to culture and freedom, since they are prone to to prevent the realization of individual potency, to degenerate the strongests and to preserve in society, with the artifice of the inversion of values, everything that is already ripe to be extinguished. The goal is that, at the end, taking in perspective the arguments presented, it is possible to glimpse the foundations of the antipodes positions occupied by democracy in both philosophers, so that the reader can assess, according to their own point of view, how much these foundations are consistent with the history of democracy and useful for the contemporary understanding of the democratic political regime.

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2022.v14n36.p312-339

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/13590

Palavras-Chave: Democracia, Liberdade, Política, Nietzsche, Spinoza

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