A Natureza Humana: Obsoleta ou Civilizada?

2012, V.68, N.3 • Revista Portuguesa de Filosofia

Autor: DANIEL SERRÃO

Resumo:

Ensaio expositivo e interpretativo das perguntas sobre a natureza humana e das respostas que o pensamento moderno, em Merlin Donald e outros, vai dando. A perspetiva fisicalista, neurobiológica, é analisada a partir de Joseph LeDoux, e outros, comentando as suas teses principais. É dada ênfase particular à evolução das capacidades da mente humana na transição da cultura mimética para a cultura oral, a criação mítica e o advento da escrita e das outras formas de cultura exterior simbólica. Na crítica ao monismo fisicalista é discutido o que se pode entender por qualia e de que modo este entendimento justifica a aceitação de um “hiato explicativo” como o pensam Urbano Sidoncha e outros autores. É abordada a relação entre Pensamento e Linguagem a partir de Lev Vygotsky. Considerando a ética como um qualia procura-se fixar, empiricamente, a diferença entre ética e eticidade como contraponto à diferença entre autoconsciência e consciência cognitiva. Como proposta final é apresentada uma pergunta radical e oferecida uma temerária resposta sobre o possível conhecimento total da natureza humana.

Abstract:

Expository and interpretive essay of the questions on human nature and the responses that modern thought, in Merlin Donald et al., has been producing. The physicalist, neurobiological perspective is analysed as from Joseph LeDoux et al., by commenting on his main theses. Particular emphasis is given to the evolution of the human mind’s capacities in the transition from the mimetic culture to the oral culture, the mythical creation and the advent of writing and the other forms of external symbolic culture. In the critique of the physicalist monism, one discusses what can be understood by qualia and how this understanding justifies the acceptance of an ‘explanatory hiatus’ such as Urbano Sidoncha and other authors think. The relationship between Thought and Language, as from Lev Vygotsky, is addressed. Considering ethics as a qualia, one tries to establish, in an empirical way, the difference between ethics and ethicity in contrast to the difference between self-consciousness and cognitive consciousness. As a final proposition, an extreme question is raised and a daring answer is put forward on the possible full knowledge of human nature.

Texto Completo: http://rpf.pt/images/sobipro/entriesabstract/2012/3/2012_68_3_483.pdf

Palavras-Chave: autoconsciência, consciência, ética, palavra,

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