Autor: LUIZ ROHDEN, LEONARDO MARQUES KUSSLER

Resumo:

Ao longo da história da filosofia a imagem desempenhou, normalmente, um papel secundário e lateral por ser ligada à ideia de aparência, falsidade e cópia do real. Contudo, a filosofia, em seu discurso, não se sustenta somente via proposições lógicas, senão que com auxílio de metáforas, alegorias, exemplificações e, portanto, ela se erige imageticamente. O cinema, por sua vez, é um modo de lidar com imagens e dispô-las em linguagem movente. Isso nos permite afirmar, pois, que a imagem em movimento constitui também uma espécie de discurso filosófico. Com esse ensejo, propomo-nos a (a) revisitar o conceito de imagem e explicitar como a leitura da imagem do ponto de vista depreciativo, carente de teor filosófico, pode ser vista como parte do processo do conhecimento dialético, provido de valência ontológica, a partir de diálogos de Platão, e (b) mostrar como o cinema, enquanto imagem em movimento, nos ajuda a repensar concepção hegemônica, conceitualizante, da filosofia em considerar a imagem apenas como acessória e dispensável, realocando a imagem como fator decisivo na compreensão e na expressão do ser, enquanto discurso filosófico-imagético.

Abstract:

Throughout the history of philosophy, the image has usually played a secondary and lateral role for being linked to the idea of appearance, falsehood and copy of the real. However, philosophy, in its own speech, cannot be sustained only through logical propositions, but with help of metaphors, allegories, exemplifications, and so, it is built imagetically. On the other hand, the cinema is a way to deal with images and arrange them in a moving language. That allows us to affirm that image in movement is also a kind of philosophical discourse. With that said, we propose to (a) revisit the concept of image and explain how an image read from the negative point of view, lacking in philosophical content, can be seen as part of the process of dialectic knowledge, provided with ontological valence, since Plato’s dialogues, and (b) show how cinema, as image in movement, help us rethink hegemonic conception, concept maker, of philosophy in considering image just like an accessory and expendable, relocating image as a decisive factor in understanding and expression of being, as philosophical-imagetic discourse.

Texto Completo: http://rpf.pt/images/sobipro/entriesabstract/2013/3/2013_69_3_527.pdf

Palavras-Chave: cinema,filosofia,Gadamer, hermenêutica,imagem