Le Paradoxe de la Croyance. Image-Pensée et Pensée sans Image chez Gilles Deleuze

2013, V.69, N.3-4 • Revista Portuguesa de Filosofia

Autor: FRÉDÉRIC RAMBEAU

Resumo:

Deleuze defende, que o poder do cinema moderno encontra-se na possibilidade de oferecer uma nova crença de mundo. Contudo, esta nova crença implica um paradoxo. As mesmas razões, mais precisamente os mesmos signos, podem fazer-nos crer novamente no nosso mundo ou, pelo contrário, enfraquecer toda a crença. O cinema moderno não só realiza este paradoxo, de uma crença visível absolutamente imanente, como também a executa, através da edição cinematográfica, numa imagem do pensamento. A Filosofia também desempenha um grande papel neste acto de crença. Deleuze descreve-o como uma conversão do conhecimento para a crença. Todavia, para esta ser alcançada, supõe-se toda uma lógica de sentido e relação. Apenas uma lógica paradoxal e um conhecimento inconsciente, através das mais puras formas contemporâneas de disjunção e de não sentido, são capazes de transferir todos os sinais de desconfiança em sinais de confiança. Porém, isto implica a destituição da imagem comum do pensamento e dos seus pressupostos cognitivos e subjectivos (não-contradição, consistência, benevolência etc.). Então, o primeiro paradoxo da crença leva-nos a um outro : a relação entre “Imagem-Pensamento” (que a edição cinematográfica torna visível) e “Pensamento sem Imagem” (o que é criado através da escrita conceptual).

Abstract:

The power of modern cinema, holds Deleuze, is to give us new belief in the world. But this new belief implies a paradox. The same reasons, more precisely the same signs, can make us belief in our world again or, on the contrary, undermine all belief. Modern cinema not only makes this paradox of an absolutely immanent belief visible. It  also performs it, through cinematographic editing, into a thinking image. Philosophy also plays a great role in this act of belief. Deleuze describes it as a conversion from knowledge to belief. But to be achieved, it supposes a whole logic of sense and relation. Only a paradoxical logic and an unconscious knowledge, through the purest contemporary forms of disjunction and non-sense, are able to turn over all signs of mistrust into signs of confidence ; but this implies the destitution of the common image of thought and its subjective and cognitive presuppositions (non-contradiction, consistency, good will etc.). Then, the first paradox of belief drives us to another : the relationship between “Image-Thought” (which cinematographic editing makes visible) and “Thought without image” (which is created through conceptual writing).

Texto Completo: http://rpf.pt/images/sobipro/entriesabstract/2013/3/2013_69_3_505.pdf

Palavras-Chave: cinema,crença,imagem,inconsciente,paradoxo,re

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