A Teoria do Direito de Habermas e o Campo do Político: o Direito como Medium entre Sistema e Mundo da Vida?

2014, V.70, N.2-3 • Revista Portuguesa de Filosofia

Autor: Leno Francisco Danner

Resumo:

Definir-se-á a teoria da modernidade de Habermas como apontando para uma dialética entre institucionalização e espontaneidade, no que diz respeito à compreensão do campo do político, enquanto aspecto específico da modernização ocidental. Seguidamente, reconstruir- se-á o sentido das patologias ligadas à modernização, entendidas como um solapamento da espontaneidade dos mundos da vida pelo crescimento das lógicas institucionais do Estado administrativo e da economia capitalista, levando à sua monetarização e à sua burocratização. Com Direito e Democracia (Faktizität und Geltung), essa dialética recebe uma viragem surpreendente, na medida em que a institucionalização passa a ganhar precedência em relação à espontaneidade própria de uma sociedade civil, marcada por iniciativas cidadãs e movimentos sociais críticos do poder, enfraquecendo o potencial emancipatório do conceito de democracia radical.

Abstract:

In this paper the theory of modernity of Habermas will be defined as a theory pointing to a dialectic between institutionalization and spontaneity, on the comprehension of the political field as a specific point of the western modernization. From that, it will be reconstructed the sense of the pathologies linked to modernization, understood as a washout of the spontaneity of the life worlds by the overwhelming growth of the institutional logics of the administrative State and capitalist economy, that conducts to bureaucratization and monetization of the life worlds. With the book Between Facts and Norms (Faztizität und Geltung), Habermas realizes a surprisingly turn on such dialectics, conceiving the precedence of the institutionalization in relation to spontaneity of the civil society, characterized by citizen initiatives and social movements, critics of power, weakening the emancipatory potential of radical democracy.

ISSN: 0870-5283; 2183-461X

DOI: http://doi.org/10.17990/RPF/2014_70_2_0397

Texto Completo: https://www.publicacoesfacfil.pt/product.php?id_product=597

Palavras-Chave: espotaneidade,Habermas,institucionalização,mo

Revista Portuguesa de Filosofia

A Revista Portuguesa de Filosofia (RPF) foi fundada em 1945 por Domingos Maurício, SJ; Cassiano Abranches, SJ; Severiano Tavares, SJ e Diamantino Martins, SJ. É uma publicação trimestral da Axioma - Publicações da Faculdade de Filosofia.

A RPF, sendo de inspiração cristã, tem por missão a publicação de artigos inéditos de reconhecido mérito, aceitando textos de qualquer horizonte de pensamento, em qualquer área de filosofia, escritos nas principais línguas europeias (português, inglês, francês, alemão, espanhol e italiano). Todos os artigos são revistos inter pares (peers review), mediante o sistema de avaliação anónima (double-blind).

Os artigos publicados na RPF são indexados e referenciados pelas seguintes bases de dados e repertórios bibliográficos: The Philosophers's Index (Ohio, USA); International Philosophical Bibliography / Répertoire Bibliographique de la Philosophie (Louvain, Bélgica); Francis-Bulletin Signalétique (CNRS, INIST - França); Ulrich's International Periodicals Directory (New York, USA); Internationale Bibliographie Geistes und Sozialwissenschaftlicher Zeitschriftenliteratur (IBZ - Alemanha); Dialnet (Logroño, Espanha); JSTOR (Michigan, EUA).