Nietzsche e a Viagem como Metáfora Antimetafísica

2015, V. 71, N.2-3 • Revista Portuguesa de Filosofia

Autor: Jelson R. de Oliveira

Resumo:

O presente artigo pretende analisar a viagem como metáfora antimetafísica no pensamento de Nietzsche a partir dos dois volumes de Humano, demasiado humano, com destaque para os dois Prólogos escritos em 1886 às obras publicadas entre 1878 e 1880. Para tanto, tentaremos demonstrar como tal metáfora serve de fio condutor interpretativo para a tarefa assumida por Nietzsche nessa fase de seu pensamento: destruir as bases da filosofia metafísica contrapondo- lhe um pensamento que ele chama de histórico e que se pretende científico em um sentido muito próprio: fisiopsicológico. Analisaremos a metáfora da viagem como experimento, entremeio, perspectivismo, superação, leveza e libertação, para demonstrar como essa noção articula os principais temas da filosofia intermediária de Nietzsche, forjada no estrangeiro, quando de sua viagem para Sorrento, na Itália, depois da decepção com Wagner, na inauguração do Teatro de Bayreuth, em 1876. 

Abstract:

This paper aims to analyze the idea of trip as an anti-metaphysical metaphor in Nietzsche’s thinking in the two volumes of Human, All Too Human, with special attention to the two Prologues, written in 1886 to the works published between 1878 and 1880. For this, we’ll try to demonstrate how this metaphor serves as the interpretive guideline for the task assumed by Nietzsche at that stage of his thinking: destroy the foundations of metaphysical philosophy contrasting it a thought what he calls historical and intended to be scientific in a very proper sense: physio-psychological. We will analyze the metaphor of a trip as an experiment, interval, perspectivism, overcome, lightness and liberation, to demonstrate how this notion articulates the main themes of the Nietzsche’s philosophy forged abroad, during his trip to Sorrento, Italy, after the disappointment with Wagner, at the inauguration of the Bayreuth Theatre in 1876. 

ISSN: 0870-5283; 2183-461X

DOI: http://doi.org/10.17990/RPF/2015_71_2_0629

Texto Completo: https://www.publicacoesfacfil.pt/product.php?id_product=772

Palavras-Chave: espírito livre, fisiopsicologia,metafísica,Ni

Revista Portuguesa de Filosofia

A Revista Portuguesa de Filosofia (RPF) foi fundada em 1945 por Domingos Maurício, SJ; Cassiano Abranches, SJ; Severiano Tavares, SJ e Diamantino Martins, SJ. É uma publicação trimestral da Axioma - Publicações da Faculdade de Filosofia.

A RPF, sendo de inspiração cristã, tem por missão a publicação de artigos inéditos de reconhecido mérito, aceitando textos de qualquer horizonte de pensamento, em qualquer área de filosofia, escritos nas principais línguas europeias (português, inglês, francês, alemão, espanhol e italiano). Todos os artigos são revistos inter pares (peers review), mediante o sistema de avaliação anónima (double-blind).

Os artigos publicados na RPF são indexados e referenciados pelas seguintes bases de dados e repertórios bibliográficos: The Philosophers's Index (Ohio, USA); International Philosophical Bibliography / Répertoire Bibliographique de la Philosophie (Louvain, Bélgica); Francis-Bulletin Signalétique (CNRS, INIST - França); Ulrich's International Periodicals Directory (New York, USA); Internationale Bibliographie Geistes und Sozialwissenschaftlicher Zeitschriftenliteratur (IBZ - Alemanha); Dialnet (Logroño, Espanha); JSTOR (Michigan, EUA).