Memory and reflection

v. 44 (2021): Edição Especial - • Trans/Form/Ação: Revista de Filosofia da Unesp

Autor: Chienkuo Mi

Resumo:

Eu argumento que os Analectos de Confúcio nos apresentam uma concepção de reflexão com dois componentes, um componente retrospectivo e um componente perspectivo. O primeiro componente envolve uma retrospectiva ou um exame cuidadoso do passado e, como tal, recorre à aprendizagem ou memória e a crenças previamente formadas para evitar erros. O segundo componente é prospectivo e, como tal, olha para as crenças e fatores atuais a fim de alcançar o conhecimento. Neste artigo, levanto o problema do esquecimento e defendo que a maioria das teorias contemporâneas do conhecimento têm de enfrentar o problema e lidar seriamente com esse desafio. A fim de resolver o problema, sugiro uma epistemologia de virtude a dois níveis que nos possa fornecer a melhor perspectiva para a resolução do problema. Irei correlacionar duas capacidades cognitivas ou processos diferentes de “memória” (e de “esquecimento”) com a concepção de reflexão, e avaliá-los-ei sob dois enquadramentos diferentes, um enquadramento deontológico rigoroso (que pressupõe uma determinação livre e intencional) e um enquadramento deontológico mais fraco (que realça as faculdades funcionais e mecânicas). O objetivo é mostrar que a reflexão como metacognição desempenha um papel importante e ativo e goza de um melhor estatuto epistêmico (normativo) nos nossos esforços humanos (cognitivo ou epistêmico) do que os de primeira ordem (ou de cognição animal), tais como a memória, podem desempenhar.

Abstract:

I have argued that the Analects of Confucius presents us with a conception of reflection with two components, a retrospective component and a perspective component. The former component involves hindsight or careful examination of the past and as such draws on previous learning or memory and previously formed beliefs to avoid error. The latter component is foresight, or forward looking, and as such looks to existing beliefs and factors in order to achieve knowledge. In this paper, I raise the problem of forgetting and argue that most of contemporary theories of knowledge have to face the problem and deal with the challenge seriously. In order to solve the problem, I suggest a bi-level virtue epistemology which can provide us with the best outlook for the problem-solving. I will correlate two different cognitive capacities or processes of “memory” (and “forgetting”) with the conception of reflection, and evaluate them under two different frameworks, a strict deontic framework (one that presupposes free and intentional determination) and a more loosely deontic framework (one that highlights functional and mechanical faculties). The purpose is to show that reflection as meta-cognition plays an important and active role and enjoys a better epistemic (normative) status in our human endeavors (cognitive or epistemic) than those of first-order (or animal) cognition, such as memory, can play.

ISSN: 1980-539X

DOI: https://doi.org/10.1590/0101-3173.2021.v44dossier2.10.p151

Texto Completo: https://www.scielo.br/j/trans/a/v9mNfhRt4rnBVTBSkcBXVsv/?format=html&lang=en

Palavras-Chave: Memory; Virtue Epistemology; Reflection

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