O externalismo semiótico ativo de C. S. Peirce e a cantoria de viola como signo em ação

v. 44 n. 3 (2021) • Trans/Form/Ação: Revista de Filosofia da Unesp

Autor: Pedro Atã, João Queiroz

Resumo:

O principal propósito deste trabalho é fornecer uma ontologia semiótica para redescrição do externalismo cognitivo ativo, desenvolvido recentemente pelo paradigma 4E (embodied, embedded, enactive, extended cognition). Nessa abordagem, sistemas cognitivos distribuídos (SCDs) são descritos como semiose, ou signos em ação. Explora-se a relação entre semiose e cognição, como concebida por C. S. Peirce, em associação com a noção de sistema cognitivo distribuído (SCD). Introduz-se a abordagem externalista peirciana, com ênfase na noção de distribuição temporal da semiose, e se descrevem SCDs, e seus elementos, como “ação dos signos”. Para desenvolver esse argumento, examina-se um exemplo de SCD - improvisação verbo-musical do repente, repentismo, ou cantoria de viola. Trata-se de um fenômeno de improvisação verbo-musical que tem a forma de um desafio em poesia oral versificada. Explicita-se esse fenômeno como a incorporação da estrutura formal de uma tarefa cognitiva e de um processo inferencial. Essa incorporação corresponde a uma semiotização das performances do repente como SCD. A tendência temporalmente distribuída do repente organiza o SCD como um sistema que realiza experimentos metassemióticos sobre a ação dos signos.

 

ISSN: 1980-539X

DOI: https://doi.org/10.1590/0101-3173.2021.v44n3.15.p177

Texto Completo: https://www.scielo.br/j/trans/a/jr6HGYYWt8MWF3ydYQxyPbN/?format=html&lang=pt

Palavras-Chave: Sistema cognitivo distribuído; Externalismo ativo; Semiose; Repentismo; C. S. Peirce

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