Outros Inconscientes: Desconstruindo a Translucidez da Consciência Sartriana

v. 44 n. 4 (2021) • Trans/Form/Ação: Revista de Filosofia da Unesp

Autor: Fernanda Alt

Resumo:

Este artigo coloca em questão o conceito de transparência da consciência, em Sartre, mostrando outras possibilidades de se pensar modos “inconscientes”, que não o freudiano, em sua filosofia. Ao rejeitar o inconsciente psicanalítico, ao mesmo tempo que propõe uma filosofia da consciência transparente, Sartre é frequentemente interpretado como aquele que assume e potencializa os problemas levantados pela herança do sujeito cartesiano, no séc. XX. Assim, é preciso, em primeiro lugar, apontar quais são esses problemas para, em seguida, interrogar o sentido da consciência transparente em Sartre, no intuito de verificar se, de fato, este acarreta nas consequências mais clássicas de tal característica. Nesse movimento, ocorre que a própria consciência revela elementos desconstrutivos, graças a seu caráter “espectral”, traço implícito, porém presente no texto de Sartre. Além disso, a investigação torna possível vislumbrar outras formas inconscientes - nesse caso, aspectos que indicam desconhecimento e opacidade na relação a si -, colocando finalmente em questão tal herança e suas consequências.

Abstract:

This article questions the concept of transparency of consciousness in Sartre, while showing other possibilities of thinking “unconscious” modes, other than the Freudian, in his philosophy. By rejecting the psychoanalytical unconscious, at the same time as proposing a philosophy of transparent consciousness, Sartre is often interpreted as the one that assumes and potentializes the problems raised by the heritage of the Cartesian subject in the 20th century. Thus, it is necessary, in the first place, to point out what these problems are and then to question the meaning of transparent consciousness in Sartre, in order to verify whether it in fact entails the most classical consequences of such characteristic. In this movement, it hapens that the consciousness itself reveals deconstructive elements due to its “spectral” character, an implicit but present trait in Sartre’s text. Moreover, the investigation still makes it possible to glimpse other unconscious forms - in this case aspects that indicate ignorance and opacity in self-relationship -, finally calling into question such inheritance and its consequences.

ISSN: 1980-539X

DOI: https://doi.org/10.1590/0101-3173.2021.v44n4.14.p193

Texto Completo: https://www.scielo.br/j/trans/a/4TvMS5Pj6GfYVwB4cTWBDCf/?lang=pt

Palavras-Chave: Inconsciente; Transparência; Má-fé; Sartre; Sujeito

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