Morte impune, luto proibido: vida nua e vida precária em Giorgio Agamben e Judith Butler

v. 43 n. 3 (2020) • Trans/Form/Ação: Revista de Filosofia da Unesp

Autor: Reginaldo Oliveira Silva

Resumo:

Giorgio Agamben tece a genealogia da “vida nua”, no percurso que vai do homo sacer ao Muselmann, do primeiro paradigma da política ocidental à fabricação do morto-vivo, em Auschwitz, como vida insacrificável e impunemente matável. Judith Butler segue argumento semelhante, ao desenvolver o conceito de “vida precária”, com o qual problematiza a separação entre vulnerabilidade universal e formas de produção da precariedade, a distinção entre vidas cujas perdas importam e as indignas de pranto e luto. A finalidade deste artigo consiste em aproximar as concepções dos dois autores, sob a hipótese de que, em ambos, trata-se da fabricação de vidas matáveis, sobre as quais pesa a proibição do luto.

Abstract:

Giorgio Agamben weaves the genealogy of “naked Life”, on the path that goes from Homo sacer to Muselmann, from the first paradigm of Western politics to the manufacture of the undead in Auschwitz, as an unexpendable and unpunishable killing life. Judith Butler follows similar argument in developing the concept of “precarious life”, with which problematizes the separation between universal vulnerability and forms of production of precariousness, the distinction between lives whose losses matter and the unworthy of weeping and Mourning. The purpose of this article is to approximate the conceptions of the two authors, under the assumption that in both it is the manufacture of killing lives, on which it weighs the prohibition of grief.

ISSN: 1980-539X

DOI: https://doi.org/10.1590/0101-3173.2020.v43n3.25.p339

Texto Completo: https://www.scielo.br/j/trans/a/JNPY8CBCSWdCDY5zWgS58Xn/?format=html&lang=pt

Palavras-Chave: Agamben; Butler; Vida nua; Vida precária; Vulnerabilidade

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