Liberdade, identidade e política na arte contemporânea: um diálogo com Danto
Viso · Cadernos de estética aplicada N° 15 • Viso: Cadernos de Estética Aplicada
Autor: Bruno Guimarães
Resumo:
O presente trabalho se propõe a instaurar um diálogo crítico com a filosofia dantiana da arte. A primeira parte do texto acompanha o desenrolar da construção teórica dos trabalhos de Danto paralelamente ao desafio de explicar as conseqüências estéticas e filosóficas das mudanças que ocorreram no cenário artístico mundial contemporâneo. Mostramos como Danto extrai implicações filosóficas dessas mudanças, colocando em pauta temas como o da liberdade artística, do pluralismo, das identidades multiculturais e da política. Contudo, problematizamos também os aspectos ideológicos presentes na relação que ele estabeleceu entre sua tese do fim da arte e a ideia do fim da história. Na segunda parte do texto, discutimos algumas intuições do próprio Danto sobre os temas acima elencados para confrontarmos sua teoria oficial com a especificidade da produção local de identidades artísticas periféricas. Finalmente, procuramos indicar como alguns elementos renovados da Teoria Crítica da Sociedade podem nos ajudar a perceber o surgimento de subjetividades históricas que estão fora da comunidade dominante, mas encontram com grande criatividade “novos usos” para os objetos do cotidiano, bem como para suas próprias identidades, em contraste com aqueles que vivem apáticos sob a segurança e a acomodação política do mercado global.
Abstract:
This paper aims to establish a critical dialogue with Arthur Danto’s philosophy of art. The first part of the text follows the course of the theoretical construction of Danto’s works parallel to the challenge of explaining the aesthetic and philosophical consequences of the changes that occurred in the contemporary global art scene. We show how Danto drawn philosophical consequences from these changes, bringing into the discussion issues such as artistic freedom, pluralism, multicultural identities and politics. However, we also confront some ideological aspects of his theory, especially in the way he established a relation between his thesis of the end of art and the idea of the end of history. In the second section, we discuss some of Danto’s own insights on the topics listed above to confront his official theory with the specificity of local production of peripheral artistic identities. Finally, we point out how some renovated elements of the Critical Theory of Society can help us to see the emergence of new historical subjectivities that are outside the dominant community, but find with great creativity "new uses" for everyday objects as well as for their own identities, in contrast to those who live apathetic in the security and political accommodation of the global market.
Texto Completo: http://revistaviso.com.br/visArtigo.asp?sArti=156
Palavras-Chave: Danto, liberdade artística , pluralismo ,iden
Viso: Cadernos de Estética Aplicada
viso s.m. 1 modo de apresentar-se, aparência, aspecto, fisionomia 2 sinal ou resquício que deixa entrever algo; vestígio, vislumbre 3 recordação vaga; reminiscência 4 modo de ver, opinião, parecer 5 o cume de uma elevação, monte ou montanha 6 pequena colina, monte, outeiro 7 obsl. o órgão da visão, a vista. ETIM lat. visum ‘visão, imagem, espetáculo’.