“Sou feito de palavras”: A(s) voz(es) narrativa(s) em O Inominável de Samuel Beckett
Viso · Cadernos de estética aplicada N° 17 • Viso: Cadernos de Estética Aplicada
Autor: Luciano Gatti
Resumo:
O artigo discute a questão da voz narrativa no romance O inominável de Samuel Beckett. Com base em estudos genéticos da composição do romance, discute-se a função literária de temas como a crítica à linguagem e à consciência, assim como suas consequências para se pensar o gênero do romance. O artigo retoma então uma discussão sobre realismo em textos de Adorno e Lukács com o intuito de debater a centralidade da fábula, sua estrutura temporal e a relação da forma com a experiência histórica. Por fim, tentaremos retomar essas questões a partir da análise de um momento específico do romance de Beckett. Com isso, as questões teóricas anteriormente expostas deverão ganhar concretude no esforço de elucidar problemas da composição do romance, como o feitio episódico do conjunto, a identidade da voz narrativa, a especificidade do monólogo interior e a confluência entre narrativa e reflexão.
Abstract:
The article discusses the narrative voice in Samuel Beckett's novel The Unnamable. Based on genetic studies about the novel composition, the paper discusses the role of literary topics such as the critique of language and consciousness, as well as its consequences to conceive the genre of the novel. The article then takes up a discussion on realism in Adorno's and Lukács's works in order to discuss the centrality of the plot and its temporal structure as well as the relationship of form and historical experience. Finally, it resumes these issues by analyzing a specific moment of Beckett's novel. Thus, the foregoing theoretical questions should elucidate the problems of the novel composition such as its the episodic feature, the identity of the narrative voice, the specificity of the interior monologue and the confluence between narrative and reflection.
Texto Completo: http://revistaviso.com.br/visArtigo.asp?sArti=175
Palavras-Chave: Samuel Beckett , romance contemporâneo, teo
Viso: Cadernos de Estética Aplicada
viso s.m. 1 modo de apresentar-se, aparência, aspecto, fisionomia 2 sinal ou resquício que deixa entrever algo; vestígio, vislumbre 3 recordação vaga; reminiscência 4 modo de ver, opinião, parecer 5 o cume de uma elevação, monte ou montanha 6 pequena colina, monte, outeiro 7 obsl. o órgão da visão, a vista. ETIM lat. visum ‘visão, imagem, espetáculo’.