Pensar com a arte: a estética em Deleuze

Viso · Cadernos de estética aplicada N° 20 • Viso: Cadernos de Estética Aplicada

Autor: Verônica Damasceno

Resumo:

Trata-se, nesse artigo, de introduzir a maneira singular com a qual Deleuze interpela a arte. Para ele, a arte não precisa de uma reflexão sobre ela, mas sim de uma composição, tendo em vista a criação dos seres de sensação, do mesmo modo como as intercessões da filosofia com a arte possibilitam, na filosofia, a criação conceitual. Uma tal intercessão sugere, na filosofia, o abandono da imagem representativa do pensamento em prol de uma nova imagem e, na arte, a ruptura promovida pela arte moderna com a arte clássica e romântica. Essa investigação nos indica a presença de um campo intensivo e diferencial de forças subjacente a toda realidade formal e representativa, que se abre em direção as novas abstrações, informalismos e figurações. A imagem rizomática do pensamento rompe, pois, com os desenvolvimentos hierárquicos formais e com a preponderância das formações subjetivas do pensamento e abandona, tanto os postulados implícitos da arte clássica em seu afrontamento com o caos, quanto com aqueles da arte romântica ao pretender desvendar os desígnios da terra. À nova imagem da arte e da filosofia impõe-se a determinação de liberar as forças do cosmo reclamados pela modernidade e, sobretudo, pela arte contemporânea, enquanto afirmação dos devires. A intercessão arte-filosofia libera, pois, um campo intensivo de forças, de densidades, de virtualidades e de diferenças.

Abstract:

It is, in this article, to introduce the singular way in which Deleuze interposes art. For him, art does not need a reflection on it, but a composition, in view of the creation of beings of sensation, just as the intercessions of philosophy with art make possible, in philosophy, conceptual creation. Such na intercession suggests, in philosophy, the abandonment of the representative image of thought in favor of a new image and, in art, the rupture promoted by modern art with classical and romantic art. This investigation indicates to us the presence of na intensive and differential field of forces underlying all formal and representative reality, which opens in the direction of the new abstractions, informalisms and figurations. The rhizomatic image of thought breaks, therefore, with the formal hierarchical developments and with the preponderance of the subjective formations of thought and abandons both the implicit postulates of classical art in its confrontation with chaos and those of romantic art in attempting to reveal the designs of the earth. To the new image of art and philosophy it is imposed the determination to release the forces of the cosmos claimed by modernity and, above all, by contemporary art as na affirmation of becomings. The intercession of art and philosophy frees, therefore, na intensive field of forces, densities, virtualities and differences

Texto Completo: http://revistaviso.com.br/visArtigo.asp?sArti=223

Palavras-Chave: conceito , sensação , arte , devir , caos,

Viso: Cadernos de Estética Aplicada

viso s.m. 1 modo de apresentar-se, aparência, aspecto, fisionomia 2 sinal ou resquício que deixa entrever algo; vestígio, vislumbre 3 recordação vaga; reminiscência 4 modo de ver, opinião, parecer 5 o cume de uma elevação, monte ou montanha 6 pequena colina, monte, outeiro 7 obsl. o órgão da visão, a vista. ETIM lat. visum ‘visão, imagem, espetáculo’.