Viola Caipira na Universidade: Uma representação schopenhaueriana ou a possibilidade de uma análise sócio-política e estética no universo caipira?

Viso · Cadernos de estética aplicada N° 21 • Viso: Cadernos de Estética Aplicada

Autor: Sidnei de Oliveira

Resumo:

Com o ingresso da Viola Caipira na universidade, a possibilidade de um diálogo com a academia pode ser recebida como um período de análises produtivas neste universo. Entretanto, se o diálogo for conduzido apenas pelo viés acadêmico, esquecendo a essência e a história que este instrumento possui na cultura caipira, tal caminho corre um risco antagônico, isto é, a desconstrução da cultura e a representação desta mesma cultura por um viés de publicações acadêmicas. Afirmar a Viola Caipira em seu atual momento como instrumento ainda imerso em seus primórdios, ou seja, no campo, na roça, na vida do caipira, em festejos populares, como se tais manifestações ainda tivessem o mesmo sentido sociológico e filosófico, é o primeiro passo para que sua história seja eternizada como uma simples ferramenta de trabalhos acadêmicos. Este artigo tem como objetivo realizar uma crítica sobre a posição tomada por aqueles que sustentam a ideia de uma cultura da Viola Caipira, do Caipira e do Violeiro ainda imergido na essência desta mesma cultura, a saber, sem o reflexo da cultura do mercado fonográfico como primeiro passo para a representação do que seria esta cultura. Para realizar esta crítica utilizarei alguns nomes, por exemplo: Arthur Schopenhauer e sua obra Über die Universitäts-Philosophie (Sobre a Filosofia Universitária), Friedrich Nietzsche e sua primeira obra publicada Die Geburt der Tragödie (O nascimento da tragédia), entre outros textos clássicos do filósofo Theodor Adorno e do historiador Mário de Andrade. As obras destes quatro nomes têm em comum, além da originalidade, temas relacionados à cultura e à arte, assim como à cultura de mercado, à essência, às críticas à academia, entre outros.

Abstract:

With the entry of the Viola Caipira in the university, the possibility of a dialogue with the academy can be received as a period of productive analyzes in this universe. However, if the dialogue is conducted only by the academic bias, forgetting the essence and the history that this instrument has in the caipira culture, this path has an antagonistic risk, that is, the deconstruction of culture and the representation of the same culture by a bias of academic publications. To affirm Viola Caipira in his present moment as an instrument still immersed in its beginnings, that is, in the field, in the countryside, in the life of the caipira, in popular festivities, as if such manifestations still had the same sociological and philosophical meaning, is the first Step so that its history is eternalized like a simple tool of academic works. This article has as objective to criticize the position taken by those who support the idea of a culture of Viola Caipira, Caipira and Violeiro still immersed in the essence of this same culture, namely, without the reflection of the culture of the phonographic market as First step towards the representation of what this culture would be. To perform this criticism I will use some names, for example: Arthur Schopenhauer and his work Über die Universitäts-Philosophie (About the University Philosophy), Friedrich Nietzsche and his first published work Die Geburt der Tragödie (The Birth of Tragedy), among other classical texts of the philosopher Theodor Adorno and historian Mario de Andrade. These four names have in common in their works and theories issues related to culture and art as well as market culture, essence, criticism of the academy, among others.

Texto Completo: http://revistaviso.com.br/visArtigo.asp?sArti=234

Palavras-Chave: viola caipira ,culture, philosophy , universi

Viso: Cadernos de Estética Aplicada

viso s.m. 1 modo de apresentar-se, aparência, aspecto, fisionomia 2 sinal ou resquício que deixa entrever algo; vestígio, vislumbre 3 recordação vaga; reminiscência 4 modo de ver, opinião, parecer 5 o cume de uma elevação, monte ou montanha 6 pequena colina, monte, outeiro 7 obsl. o órgão da visão, a vista. ETIM lat. visum ‘visão, imagem, espetáculo’.