A Poética de Aristóteles e as humanidades digitais: Da análise dos clássicos à criação de algoritmos

Viso · Cadernos de estética aplicada N° 22 • Viso: Cadernos de Estética Aplicada

Autor: Marcelo Araújo

Resumo:

Este artigo se divide em duas partes. A primeira parte trata da Poética de Aristóteles, mais especificamente do modo como Aristóteles descreve a estrutura da narrativa dramática no contexto da antiguidade. Na segunda parte do artigo mostro como, a partir do século XIX, surgiram algumas tentativas de se representar em termos visuais a estrutura da narrativa dramática, tal como ela foi descrita por Aristóteles na Poética. Graças a desenvolvimentos recentes no âmbito da computação e da inteligência artificial, a representação gráfica da estrutura narrativa de obras literárias pode agora ser gerada por algoritmos. Na parte final do artigo discuto então algumas possíveis implicações decorrentes da utilização de algoritmos na análise de obras literárias. A principal implicação diz respeito à redefinição, ou pelo menos ampliação, do conceito de “leitor.”

Abstract:

This article is divided into two parts. The first part deals with Aristotle’s Poetics, more specifically with Aristotle’s treatment of the structure of dramatic narrative in the context of antiquity. In the second part of the article I show that, from 19th century onward, some authors proposed a visual representation of the structure of dramatic narrative, as it was originally described by Aristotle in the Poetics. Thanks to recent developments in computation and artificial intelligence, the graphic representation of the narrative structure of literary works may be generated now by algorithms. In the final part of the article, I discuss some possible implications from the application of algorithms in the analysis of literary works. The most important implication concerns the redefinition, or at least an enlargement of the concept of “reader.”

Texto Completo: http://revistaviso.com.br/visArtigo.asp?sArti=242

Palavras-Chave: Aristóteles , ficção , estrutura narrativa, a

Viso: Cadernos de Estética Aplicada

viso s.m. 1 modo de apresentar-se, aparência, aspecto, fisionomia 2 sinal ou resquício que deixa entrever algo; vestígio, vislumbre 3 recordação vaga; reminiscência 4 modo de ver, opinião, parecer 5 o cume de uma elevação, monte ou montanha 6 pequena colina, monte, outeiro 7 obsl. o órgão da visão, a vista. ETIM lat. visum ‘visão, imagem, espetáculo’.