Entre O mito de Sísifo e Sambas do absurdo: a possibilidade de revelar o absurdo através do samba

Viso · Cadernos de estética aplicada N° 22 • Viso: Cadernos de Estética Aplicada

Autor: Vinicius Xavier Hoste

Resumo:

O intento deste artigo é pensar a relação que o ensaio O mito de Sísifo – publicado em 1942 por Albert Camus – e o disco Sambas do Absurdo – lançado em 2017 pelo trio: Rodrigo Campos, Juçara Marçal e Gui Amabis – mantém com o absurdo. A fim de iluminar essa relação, buscaremos apresentar, em primeiro lugar, o que seria o absurdo para Camus; para isso, percorreremos, principalmente, o caminho traçado pelo autor em O mito de Sísifo. Em seguida, tentaremos mostrar como essa teoria do absurdo ecoa nas mais diversas camadas de Sambas do Absurdo. Por fim, gostaríamos ainda de ressaltar como o disco não é uma tentativa de “musicar a teoria”, quer dizer, ele não tenta simplesmente oferecer ao ouvinte um comentário, uma exegese da teoria do absurdo, ao invés disso, Sambas do Absurdo se afirma enquanto obra, construindo absurdos próprios.

Abstract:

The purpose of this article is to think about the relation that the essay The myth of Sisyphus – published in 1942 by Albert Camus – and the album Sambas do Absurdo– released in 2017 by the trio: Rodrigo Campos, Juçara Marçal and Gui Amabis – maintains with the absurd. In order to illuminate this relationship, we will try to present, in the first place, what would be the absurd for Camus; for this, we will walk, mainly, the path traced by the author in The myth of Sisyphus. Then we shall try to show how this theory of the absurd echoes in the most diverse layers of Sambas do Absurdo. Finally, we would like to emphasize how the album is not a transformation of Camus's theory into music, that is, it does not simply try to offer the listener a comment, an exegesis of the theory of the absurd, instead, Sambas do Absurdoaffirms itself constructing their own absurdities.

Texto Completo: http://revistaviso.com.br/visArtigo.asp?sArti=245

Palavras-Chave: filosofia,arte, samba, absurdo , Camus, ar

Viso: Cadernos de Estética Aplicada

viso s.m. 1 modo de apresentar-se, aparência, aspecto, fisionomia 2 sinal ou resquício que deixa entrever algo; vestígio, vislumbre 3 recordação vaga; reminiscência 4 modo de ver, opinião, parecer 5 o cume de uma elevação, monte ou montanha 6 pequena colina, monte, outeiro 7 obsl. o órgão da visão, a vista. ETIM lat. visum ‘visão, imagem, espetáculo’.