Towards an Agonistic Perspectivism: Nietzsche on the production of knowledge

v. 25 n. 4 (2020) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Thiago Mota

Resumo:

Segundo o perspectivismo agonístico, que se pode depreender de certos escritos de Nietzsche, o conhecimento é produto de relações de poder entre perspectivas. Trata-se de relações especificamente agonísticas, e não dialéticas, na medida em que as contradições permanecem abertas, indissolúveis, não levando a nenhuma síntese. Nesse sentido, a retórica pode ser considerada uma análise agonística da práxis argumentativa, compatível com o perspectivismo. Após abordar essas teses, o artigo conclui que a retórica é uma arte típica das repúblicas, onde prevalecem a prática e o gosto pela pluralidade dos pontos de vista e pela confrontação dos argumentos.

Abstract:

According to agonistic perspectivism, which can be inferred from some of Nietzsche’s writings, knowledge is the product of power relations between perspectives. These are specifically agonistic relations, not dialectical ones, insofar as the contradictions remain open, indissoluble, leading to no synthesis. In this sense, rhetoric can be considered an agonistic analysis of argumentative praxis, compatible with perspectivism. After addressing these theses, the article concludes that rhetoric is a typical art of the republics, where practice and taste for the plurality of points of view and confrontation of arguments prevail.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v25i4p175-189

Texto Completo:

Palavras-Chave: epistemologia, linguagem, república, retórica, verdade

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.